sexta-feira, 31 de agosto de 2012

POENTE de ALVES REDOL

POENTE
  Final de dia, sereno, tropical.
Laivos rubros no azul do firmamento...
E o Sol lança um beijo maternal Sobre a Terra –
um beijo a seu contento - .
Passam negras levando o seu bornal,
Como se fossem levadas pelo vento,
 E pirogas, temendo o vendaval,
Atravessam a baía num momento.
  A ilha de palhotas e palmeiras,
Junto à ponte, a água em cachoeiras,
 Tudo isto, para mim era fatal...
Olhava o mar cheio de ansiedade...
Ia com êle a mais triste saudade: -
 A saudade de meus Pais, de Portugal.


  ALVES REDOL de Vida Ribatejana, 29 novembro 1931

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